A capital da República Checa há muito que é uma paragem de eleição dos europeus, mas só agora começa a ser verdadeiramente descoberta pelos portugueses. Porém, tudo aquilo que tem para oferecer, sobretudo a nível do património cultural e histórico, exige que a viagem inicial se repita no futuro, pois conseguir apreciar uma cidade com tão vasto espólio de interesses, como é o caso, nunca se fará de uma só vez.
Possuidora de um misterioso e cativante espírito positivamente obscuro, a maior urbe da antiga Checoslováquia detém marcos inegáveis do seu conturbado percurso como nação independente após largas décadas sob o domínio de potências desta zona geográfica, a mais proeminente das quais a União Soviética. É, aliás, a este período agitado que correspondem os seus traços de relevo maior para quem visita esta área metropolitana, embora sejam vários os locais (e afins) que merecem ser considerados.
Férias imperdíveis em Praga…
Monumentos, espaços e entendimentos com ligação à história e cultura destacam-se de entre os must see, nomeadamente o Orloj, um relógio astronómico medieval disposto numa das paredes da Câmara Municipal local e o imponente Castelo de Praga, o maior do mundo segundo o Livro dos Recordes do Guiness, reputado como uma das principais “figuras” que devem ter a atenção de qualquer turista.
A milenar Ponte Carlos, ligação majestosa entre a Cidade Velha e a Cidade Pequena, construída entre 1357 e 1400 sobre as águas do rio Moldava, assume-se de igual forma como um ícone de beleza única e imperdível, recheado de claras referências ao período gótico, sendo mesmo considerado um dos poucos monumentos de grandes dimensões afectos a essa corrente arquitectónica que (ainda) se mantém em perfeito estado de conservação nos dias de hoje.
Nos cerca de 496 km2 da “cidade das cem cúpulas” deve também aproveitar para ir à rua Bartolomějská (outrora centro de repressão política e social), ao complexo prisional de Pancrác, à antiga oficina dos caminhos-de-ferro (Meet Factory) – actualmente o centro do movimento artístico contemporâneo – ou o surpreendente cemitério de Olsany, local de culto de uma beleza inexplicavelmente fascinante.
Se escolher férias de um período superior a uma semana pode ainda usufruir dos moderníssimos Cinemas Gold Class, assistir a um espectáculo no Teatro Narodni Divadlo ou fazer umas comprinhas no simpático Mercado local de Havélska. Para os amantes da natureza não deve faltar um passeio nos jardins Botânico Universitário e Botânico de Troja, de Vrtba ou de Vojanovy, além da experiência que é tirar partido de alguns (e valiosíssimos) momentos relaxantes possíveis de se conseguir nos parques de Divoká Šárka ou de Stromovka.
Onde ficar em Praga?
Embora não seja uma cidade propriamente cara, ficar hospedado num local a bom preço dependerá da procura realizada antes da viagem, pois as alternativas de habitação são diversas e encontram-se disponíveis a preços muito variados, cabendo apenas ao turista escolher a mais adequada ao seu orçamento.
Uma das oportunidades a custo zero é integrar a já longa comunidade internacional de couchsurfing, bastante popular em Praga, ou os hósteis. No primeiro caso, as pessoas podem ficar em casa dos residentes locais de graça, retribuindo posteriormente esse favor – ainda que sem carácter obrigatório mas dentro da filosofia desta troca mutuamente vantajosa – ao aceitarem, por sua vez, na sua própria habitação, visitantes de outros países; no segundo caso, esse tipo de estabelecimentos (hósteis) são uma espécie de pensão acessível, com condições modestas, em que um espaço comum é partilhado por vários residentes, num estilo bastante semelhante ao das residências universitárias.
As duas alternativas supra-enunciadas são indubitavelmente as menos dispendiosas e podem ser encontradas em diversos países, apesar de estarem já bastante enraizadas na cultura dos cidadãos de Praga, mais do que em qualquer outra parte do mundo. No entanto, os tradicionais hotéis, residenciais, pensões e demais opções de alojamento facilmente se encontram e podem inclusive estar incluídos nos pacotes da viagem, pelo que a decisão tem de ser tomada de acordo com a situação com que se sinta à-vontade e atendendo à verba que pretende gastar nas suas férias.