Numa altura complicada para a maioria dos portugueses, não há nada como poupar em tudo o que se pode, sem ter de se abdicar do merecido descanso. Por isso, convém agora ponderar seriamente a possibilidade Portugal, dado que ao contrário do que erradamente se pensa, é bem mais barato do que ir para o estrangeiro.

A escolha do destino de férias ideal – e o mais em conta – foi um dos curiosos dados revelados pelo estudo conjunto do Wall Street Journal (WSJ) e GfK (empresa norte-americana de consultoria), apresentado em finais de Julho do ano passado. O relatório confirmou que os cidadãos nacionais preferem o seu país (66%), numa das percentagens mais elevadas da Europa, em situação oposta à de búlgaros, húngaros, romenos e polacos, povos que optam em 75 por cento dos casos por não ficar em casa no período de lazer alargado.

O peso substancialmente menor das férias em Portugal e as limitações linguísticas são fortes argumentos que influenciam a escolha final. Apesar desta última barreira ter vindo a ser ultrapassada ao longo dos anos, em momentos de crise os reduzidos custos imputados são determinantes e as verbas poupadas em viagens, a maior fatia dos gastos, acabam por ser canalizadas para outras actividades que teriam de ser suprimidas num cenário de ócio além-fronteiras.

No ano que passou, os portugueses utilizaram uma média de 250 euros por 15 dias de férias (76%), enquanto somente 17 por cento admite ter gasto 500 euros, valor que cai para os sete pontos percentuais nos casos em que foram dispendidas importâncias iguais ou superiores a mil euros. Os dados constantes no relatório do WSJ e GfK podem ser explicados, segundo os especialistas, pela menor capacidade económica dos cidadãos lusitanos, mas também pelas fracas perspectivas de melhoria das condições do país, as quais serão responsáveis pelo acentuado aumento da poupança.

A nova realidade que parece “forçada” pela desfavorável conjuntura económico-financeira trouxe, paralelamente, oportunidades de negócio em Portugal, ajudando a “abrir” os olhos dos portugueses para a beleza da sua nação e tudo aquilo que esta lhes pode oferecer sem que seja necessário “emigrar” temporariamente e, mais importante, sem que seja condição essencial possuir uma conta bancária com mais de quatro dígitos à esquerda da vírgula dos cêntimos. Por isso, aproveite as maravilhas de Portugal e “vá para fora cá dentro”. Ganha você e ganhamos nós. Ganhamos todos.